sábado, 26 de setembro de 2009

O Eremita do seis caminhos

Os Rikudou (Seis Caminhos) são a fonte de uma enorme discussão, afinal todos querem saber de onde vêm e o que são estes Seis Caminhos. As especulações já foram desde dominar diversas Naturezas de Chakra até estilos de luta (como Taijutsu, Ninjutsu, etc.).

O que se sabe é que apenas o Eremita dos Seis Caminhos (Rikudou Sennin), possuidor do Rinnegan, que pode ser traduzido com Olho do Samsara, pode dominar os seis caminhos. O Rinnegan também pode ser traduzido como “Olho do renascimento”, o que remete à questão da reencarnação em algum dos seis mundos.

Pois bem, o Samsara, para diversas religiões da Índia, incluindo Budismo e Hinduísmo, é o ciclo de renascimentos da alma pelos diversos mundos. Sendo assim, podemos traduzir Rikudou Rinnegan como “os seis caminhos do renascimento”, que seriam os seis mundos no qual a alma pode renascer após a morte.

Aí entra uma pequena observação feita a partir de um golpe do Cavaleiro de Virgem, Shaka, chamado exatamente Rikudou Rinne. Para os conhecedores de Cavaleiros do Zodíaco, é o golpe que ele usa contra Ikki, e o faz vagar entre várias, especificamente seis, dimensões, sendo que ele deveria reencarnar após sua morte. A técnica de Shaka consiste em enviar o espírito do inimigo para um dos seis mundos do Samsara. Os 6 Mundos São eles:

1. O INFERNO: . Descrito como um mundo onde reina um mar de chamas e vulcões. Reina uma agonia sem fim. Aos que caem neste mundo só resta o sofrimento eterno. O reino dos infernos situa-se na parte inferior. A concepção do inferno budista é diferente da concepção cristã, na medida em que o inferno não é um lugar de permanência eterna nem o renascimento nesse local é o resultado de um castigo divino; os seres que habitam no inferno libertam-se dele assim que o mau karma que os conduziu ali se esgota. Por outro lado, o budismo considera que existem não apenas infernos quentes, mas também infernos frios.

2. O MUNDO DOS DEMÔNIOS FAMINTOS: Um mundo onde criaturas esqueléticas com a barriga proeminente passam os dias devorando tudo o que encontram em seu caminho sejam animais ou cadáveres. Acima do reino dos infernos pelo lado direito encontra-se o mundo dos espíritos ávidos ou fantasmas (preta). Os seres que nele vivem sentem constantemente sede ou fome sem nunca terem estas necessidades saciadas. A arte budista representa os habitantes deste reino como tendo um estômago do tamanho de uma montanha e uma boca minúscula.

3. O MUNDO DAS FERAS: Um mundo habitado por feras que devoram umas às outras, onde reina a lei da selva. Acima do reino dos infernos pelo lado esquerdo encontra-se o reino animal, o único dos vários reinos perceptível aos humanos e onde vivem as várias espécies.

4. O MUNDO DOS GUERREIROS SANGRENTOS ou MUNDO DAS LUTAS ou ainda ASURA: Um mundo imerso em um conflito eterno, onde os guerreiros se enfrentam eu um combate mortal sem um segundo de trégua. O reino dos Asura (termo traduzido como “Titãs” ou dos anti-deuses). Os seus habitantes ali nasceram em resultado de ações positivas realizadas com um sentimento de inveja e competição e vivem em guerra constante com os deuses.

5. O MUNDO HUMANO: Dominados pela insegurança, seus habitantes se vêem obrigados a sofrer todos os tipos de emoção. O quinto reino é o dos seres humanos. É considerado como um reino de nascimento desejável, mas ao mesmo tempo difícil. A vida enquanto humano é vista como uma via intermédia nesta cosmologia, sendo caracterizado pela alternância das alegrias e dos sofrimentos, o que de acordo com a perspectiva budista favorece a tomada de consciência sobre a condição Samsárica.

6. O MUNDO DIVINO: O mundo onde reina o gozo eterno. É o mais perigoso, pois sempre pode se cair em um dos outros mundos. O último reino é o dos deuses (deva) e é composto por vários níveis ou residências. Nos níveis mais próximos do reino humano vivem seres que devido à prática de boas ações levam uma ação harmoniosa. Os níveis situados entre o vigésimo terceiro e o vigésimo sétimo são denominados como “Residências Ruras”, sendo habitadas por seres que se encontram perto de atingir a iluminação e não voltarão a renascer como humanos.

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Conclusão

O fato é que o Rinnegan dar ao Pein o poder dos Seis Caminhos seria equivalente a ele poder controlar o poder dos Seis Reinos do Samsara, ou os Reinos do Ciclo de Renascimento.

A partir daí podemos relacionar os Seis Reinos com os Corpos de Pein e os poderes do Rinnegan.

Temos um corpo que ‘devora’ todos os ataques contra ele lançados, o que remete ao MUNDO DOS DEMÔNIOS FAMINTOS. Temos também o corpo especializado em invocações, Kuchiyoses, de animas, o qual podemos relacionar ao MUNDO DAS FERAS.
Quanto aos demais corpos, só com uma demonstração mais clara de suas habilidades seria possível estabelecer uma relação mais concreta, mas que estaria diretamente ligada aos mundos restantes.

Deste modo, pela descrição do MUNDO DIVINO, aquele do qual pode se cair nos demais podemos deduzir que este deve ser o corpo original de Nagato, aquele que está acima dos outros.

Resta assim o MUNDO HUMANO, que a meu ver representaria o lado humano de Pein, ou sua ligação com este lado, estando relacionado ao primeiro corpo que nos foi apresentado, que para muitos pertenceu a Yahiko, o ‘falecido’ amigo dele. Faltam, portanto, os corpos do MUNDO DO INFERNO e do REINO DAS LUTAS, sendo que vejo que o corpo de cabelos longos se encaixa no segundo, restando ao último corpo o Inferno.

Complemento

O nome “Pein” vem do original japonês, e eu utilizo assim, mas foi traduzido para o inglês como “Pain”, que significa “dor”.
Kishimoto possivelmente fez o nome com esta idéia, então “Pein no Rikudou” (Os seis caminhos de Pein) poderiam ser “Os seis caminhos da Dor”, e isto bate bem com o personagem, que afirma que uma pessoa, ou uma sociedade inteira pode se fortalecer através da dor.